quinta-feira, 10 de março de 2011

QUERIA ESCREVER ALGO QUE ME TOCASSE

Queria escrever algo que me tocasse.
Queria...
Queria que a as palavras me formassem, queria as cinzas para a fogueira, tudo dentro de mim.
Queria que o céu continuasse sempre azulado, que os rios, sempre correndo, à algum mar chegassem. Queria...
Havia choro indigesto. Havia resto e mais resto. Havia...
Queria que a mão fosse lapidada ao vento, que a poesia fosse a alma aqui dentro a esculpir sonhos ancestrais. Queria a chuva morna, o balanço eterno das nuvens, a lava que invade ganhando espaço e amplitude. Queria um par de verde oliva sobre uma toalha bege sentado na varanda da escolha certa. Queria a escolha certa.
Havia tanta vida que queria o sonho. Havia tanto sonho fora da vida. Havia passado, só o passado havia.
Quero meu livro comido agora!

Nenhum comentário:

Postar um comentário