quarta-feira, 11 de maio de 2011

SONHO ANCESTRAL

Não estou no livro
pousado numa árida estante
de pó sobre o metal,
nem na fala rígida
do senhor da venda
que vende a alma
dos infelizes.
Sou das copas verdejantes,
dos prados preenchidos.
Sou do céu, arcoíris.
Da terra, semente.
Nada do que sou esvazia,
nem minha carne posta em matéria,
nem minha essência infinita.
Por assim viver
estou dentro de tudo
e tudo dentro de mim.
Estou na epopéia e no grafema,
durmo num apólogo
e acordo poema.

2 comentários:

  1. É o poeta anjo, na alma

    "..Estou na epopéia e no grafema,
    durmo num apólogo
    e acordo poema."

    adoro ler-te...

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  2. Amo a ideia de ser tudo e ter tudo e não ser e não ter nada...Pq certas horas me sinto tão viva e em outras tão morta...nem quente nem fria...morna...
    Continue escrevendo , seguirei te lendo...
    Bjo chulé.

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