terça-feira, 3 de maio de 2011

A CHUVA CAI E O POEMA MOLHADO NO CHÃO AINDA RESPIRA

A chuva cai e o poema molhado no chão ainda respira.
Uma parte grudada ao solo e outra almeja a brisa que a porte.
O poema tinha palavras de amor
E o amor borrado do outro lado da folha aparece.
A chuva cai e o poeta de braços abertos a exalta,
resfria a face, umedece a míngua do que era.
Seu poema, que já não se pode ler,
sendo levado com ela como aquarela.
A chuva cai e talvez o Sol pronuncie
seus raios amarelos, seus elos aquecidos,
o poema seque, enrugado, mas legível
e o poeta possa tocá-lo solidamente
como sua mais preciosa jóia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário