sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Uns dizem que o Luar é belo por fora

Uns dizem que o Luar é belo por fora. Outros, que é belo por dentro. Mas de qualquer forma o Luar permanece o mesmo, com suas mudanças conhecidas, suas luzes de intensidades que já nos acostumamos. Não opino sobre o Luar, talvez ele seja parte uma unidade alheia a nossa alma, talvez uma criação humana que alegra o sono do aprendiz humano. O problema é que nenhuma das alternativas condiz com o poema, este é livre de interpretações. O Luar do poeta exprime o Luar em si. Pode fazer parte de suas angústias e realizações, dos seus prantos e sorrisos. Pode levar aos olhos o brilho da paisagem, elevar o espírito com uma imagem externamente divina. Mas continua sempre Luar, sem vista aos olhos e sem consentimento mental, sem brilho em forma e sem miragens da alma. Ele é puro e nobre, nobreza eterna da harmonia completa da poesia, um universo contínuo de imensa clareza para aquém da compreensão humana, pois o poema rompe a filosofia, quebra em milhões de partes o pensamento e sempre, ainda que não figuramente ou personificado, age dando luz à vida e dando a possibilidade de nossos olhos apreciarem o Luar.

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